Sobre Briefing…

Por: Gabriela Nehring Borges e Taynane Paim Senna

Você sabe o que é briefing?

Um bom briefing é essencial para o desenvolvimento de um bom projeto. Além de fornecer a estrutura para iniciar o trabalho, também fornece auxílio na organização e inspiração.

O QUE É BRIEFING?

Por briefing pode-se entender um documento escrito ou/e em meio eletrônico, que envolve as exigências e as decisões tomadas pelos clientes e pelos designers responsáveis por um projeto específico. Nesta fase inicial, são feitas perguntas para auxiliar na elaboração do trabalho. Com as questões certas e bem resolvidas o trabalho é guiado a partir dos reais objetivos do cliente o que torna o projeto mais claro, conciso e rápido.

Por ser onde há o primeiro contato entre o cliente e o designer para a comunicação de seus interesses e necessidades, é indispensável resolvê-lo com tanta dedicação quanto a parte criativa do trabalho.

ITENS BÁSICOS PARA UM BOM BRIEFING

Para realizar um bom briefing é necessário que o mesmo contenha perguntas claras e que exijam respostas completas e esclarecedoras. É preciso imaginar como vai ser a estrutura do projeto e quais são as perguntas que você precisa que sejam respondidas para que saia tudo como o cliente imaginou, sem desperdício de tempo e recursos.

Para que esse objetivo seja alcançado, sugerimos itens básicos para que sejam resolvidos diretamente com o cliente: 

  • Objetivos do projeto / do cliente
  • Orçamento
  • Prazos
  • Público-alvo
  • Escopo do projeto
  • Referências
  • Sugestões ou restrições (formas, cores, etc.)

POR QUE É IMPORTANTE?

Organização – Com o briefing bem estruturado é possível organizar como o projeto será realizado. Por meio das informações passadas pelo cliente, desenvolver o cronograma do projeto se torna mais preciso. Além de que, se os processos forem realizados por mais de uma pessoa, os demais envolvidos no projeto terão acesso as respostas e isso permite uma coerência em todas as fases do projeto.

Inspiração – Nos briefings além de referências e sugestões de elementos, como formas, cores, etc, também é sugerido que o projetista (designer) também se inteire sobre a história e objetivos do cliente. Conhecer a história do cliente, seus gostos e objetivos também auxilia na inspiração para desenvolver o projeto, e o torna mais próximo da idealização do cliente.

AUTORES

Foram realizadas análises dos autores Francisco Homem de Melo, Gilberto Strunck, Maria Luisa Peón, Rodolfo Fuentes que discutem sobre o assunto e selecionamos os trechos que falam sobre briefing em seus livros.

O valor do design – O processo do projeto
Francisco Homem de Melo

Este é um momento-chave (briefing). Começa com uma questão ontológica: o problema a ser resolvido muitas vezes não é o relatado pelo cliente. Ele o expõe do modo como o vê, mas nada garante que sua visão seja capaz de apreendê-lo com clareza. Não raro, seu olhar está impregnado por vícios derivados de hábitos profissionais ou da cultura de sua área de atuação. Cabe ao designer reequacionar o problema, tomando o relato do cliente como uma das peças do quebra-cabeça – peça fundamental, mas não definitiva. Há quem afirme que o projeto se resolve quando entendemos o problema. Custos e prazos: Tanto em relação ao prazo quanto ao custo, há normalmente uma diferença entre as necessidades e/ ou disponibilidades do cliente e as do designer. Cabe a este fazer uma avaliação do tempo necessário e da remuneração adequada ao desenvolvimento do projeto. Muitas vezes, contudo, o cliente contrapõe necessidades e disponibilidades bem distintas. Abre-se ai um campo de negociação que precisa chegar a bom termo para permitir o prosseguimento do projeto.

Viver de design
Gilberto Strunck

O briefing deve ser fornecido, por escrito, pelo cliente, mas é raro isso acontecer. É muito comum sermos chamados para uma reunião, recebermos verbalmente dados insuficientes e o cliente nos considerar “brifados”. Esse problema é ainda maior em empresas pequenas ou com clientes que nunca se relacionaram com designers.

Outro ponto importante é que se um projeto vier a ser trabalhado por várias pessoas, seu briefing servirá de registro preciso das tarefas a serem executadas, agilizando todo o processo. Tendo um briefing completo, você tem um guia seguro para conceituar e desenvolver um projeto. Um direcionamento que irá lhe permitir evitar as perigosas observações subjetivas de todos os envolvidos. Na reunião seguinte, quando for apresentar sua criação, comece por reler o briefing com o cliente. Assim, você terá um argumento poderoso para reforçar que a solução que está propondo satisfaz plenamente as necessidades apresentadas. Caso sua ideia não seja aceita, ou você errou redondamente não obedecendo ao briefing, ou o cliente o esta alterando, possibilitando uma renegociação de honorários sobre o trabalho extra que terá de ser feito.

Sistemas de identidade visual
Maria Luisa Peón

Consiste num resumo da situação de projeto que é apresentada pelo cliente nos primeiros contatos. É importante anotar os dados fornecidos pelo cliente, elaborando então um briefing por escrito, que deve ser assinado por ele. Posteriormente, às soluções adotadas devem ser cotejadas com aqueles dados, para que sejam justificadas na defesa do projeto. O briefing deve ser aprovado e assinado pelo cliente, para que não haja equívocos posteriores que atrasem o desenvolvimento do projeto, causando prejuízos para ambos os lados. Caso seu levantamento de dados venha a contrariar alguma das especificações do briefing, consulte o cliente. Se necessário, providencie um novo briefing, com as alterações confirmadas, e solicite nova aprovação.

A prática do design gráfico
Rodolfo Fuentes

O ponto de partida de todo o processo de design é a expressão de uma necessidade, de uma encomenda de um cliente para o designer. A necessidade de design nem sempre deriva de uma análise racional de sua adequação por parte do cliente. Urgências conjunturais, a reestruturação de uma empresa, um evento em especial, um novo plano de marketing, um impulso de imitação, ou até mesmo um capricho, podem ser os desencadeadores dessa necessidade e, portanto, a priori nem sempre estará claro qual é o papel que esse projeto de design vai cumprir. Melhor dizendo, é importante definir quais são as razões desencadeadoras de um processo de design, quais são as expectativas, e se elas realmente são compatíveis com o projetado. A exaustiva análise prévia de uma encomenda conduz normalmente à produção de melhores soluções ao problema de comunicação proposto.

Para acessar o guia prático de briefing para auxílio do estudante de design, clique no link: https://issuu.com/demoupload/docs/190618131126-e5910054a2e84cb0bf5c25fd0bb2f4a9

Referências

BLOG ROCK CONTENT. Guia para você criar um briefing incrível! Disponível em: https://rockcontent.com/blog/briefing/. Acesso em: 4 jun. 2019.

FUENTES, Rodolfo. A prática do design gráfico: uma metodologia criativa. São Paulo: Rosari, 2006.

MELO, Francisco Homem. O processo do projeto. In. O valor do design: Guia ADG Brasil de prática profissional do designer gráfico. São Paulo: Editora SENAC, 2003.

MONTEIRO, Gisele. Um briefing no capricho, por favor! Disponível em: https://designculture.com.br/um-briefing-no-capricho-por-favor. Acesso em: 4 jun. 2019.

PEÓN, Maria Luísa. Sistemas de Identidade Visual. 3. ed. Rio de Janeiro: 2AB, 2000.

ROCHA, Hugo. Briefing: o que é, porque é importante, como fazer e exemplos. Disponível em: https://klickpages.com.br/blog/briefing-o-que-e/. Acesso em: 4 jun. 2019.

STRUNCK, Gilberto. Viver de Design. Rio de Janeiro: 2AB, 2010.

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